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Especiais│A Administração na Área Esportiva

Responsabilidades e Dificuldades de Gestão 

É inegável a importância que o esporte exerce em uma sociedade, sendo na recuperação de pessoas antes taxadas como marginalizadas, como também no simples fato de ser uma forma de lazer ou entretenimento. Com esta preocupação nasceram as instituições esportivas. Pessoas com interesses comuns se propuseram a criar e manter um lugar onde pudessem simplesmente deixar de lado o stress do dia a dia. Com o passar dos anos essas instituições, que a partir de agora chamaremos de clubes, foram se agigantando; seja participando de grandes competições esportivas, em todos os tipos de esportes, ou simplesmente pelo fato de atraírem mais adeptos, esses clubes acabaram por se tornar referencias nas regiões onde se localizavam.

Com a profissionalização de esportes como o futebol, alguns desses clubes simplesmente deixaram de existir. Já não podiam mais competir com a estrutura e o poder aquisitivo dos que, a despeito do lazer, partiram para uma coisa mais “séria” e que envolvesse mais dinheiro. Houve uma seleção natural onde os fortes sobreviveram e os fracos sumiram.

Este artigo apresentará as responsabilidades de uma gestão administrativa no esporte e também suas dificuldades de implantação. Alguns clubes ainda resistem a uma profissionalização total e desejam permanecer com seus modelos atuais de gestão. Será que ainda é possível um clube sobreviver sem uma administração empresarial? O amadorismo - traço comum da criação dessas instituições – ainda é bem vindo aos dias de hoje?

A Administração

Para Chiavenato (2003, p. 22) Administração é a maneira de governar organizações ou parte delas. É o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso dos recursos organizacionais para alcançar determinados objetivos de maneira eficiente e eficaz.

Administração é o ato de realizar coisas por meio das pessoas (American Management Association, 1979 in Moraes, 2001, p. 7).

A Administração esta presente em todas as áreas de atuação do homem, seja no mercado de nosso bairro quanto na grande multinacional que se estabeleceu em nosso país. No simples fato de entrarmos em um ônibus já estamos fazendo uso das responsabilidades da Administração, pois alguém administrou o horário do motorista assim como toda a estrutura da empresa para qual ele trabalha. Ela é a ciência da decisão. Podemos dizer que Administrar é objetivar resultados, e resultados é o objetivo de qualquer organização seja ela com ou sem fins lucrativos. A Administração traça objetivos e metas.

As organizações já não têm mais espaço para práticas provenientes meramente da experiência. É preciso conhecimento! Conhecimento esse para ver o que ninguém viu; criar soluções, estabelecer produtividade e lucratividade; manter perenidade e vantagem competitiva para a organização no mercado competitivo; realizar pessoas no seu trabalho e agregar valor à sociedade como um todo.

O campo de atuação da administração não se limita apenas às empresas (organizações com fins lucrativos – indústria ou prestação de serviços). Existem também as organizações sem fins lucrativos, governos, organizações não governamentais (ONGs), escolas, universidades, hospitais e clínicas, museus, centros cívicos, sindicatos, conselhos profissionais, associações de classe e entidades filantrópicas, instituições religiosas, culturais e esportivas.

A Gestão no Âmbito Esportivo

O entretenimento também gera lucros e despesas. O esporte dentro da linha do lazer e do entretenimento não foge a regra. Clubes centenários já passaram e passam por turbulências em sua organização por não saberem ou não conseguirem manter um padrão profissional em sua gestão.

A essência do esporte – a brincadeira, a atividade física como forma saudável de viver – foi aos poucos deixada de lado para em seu lugar entrar a mercantilização dessa atividade. Grandes somas de dinheiro são movimentadas tanto em transferências de atletas quando em patrocínios em uniformes ou de transmissão de jogos.

O Futebol e a sua Força Popular

Trazido por Charles Muller ao Brasil, o futebol era um esporte amador e de ricos. As partidas eram disputadas por estrangeiros e raros brasileiros. Aos poucos o esporte foi chegando a outras cidades além de São Paulo. Nesse tempo não havia divulgação da imprensa e muito menos os grandes estádios atuais. A ligação entre o futebol e as primeiras indústrias brasileiras contribuiu para a massificação desse esporte. Os times nascidos no chão de fábrica faziam seus jogos longe dos lugares habituais dos ricos. O Bangu foi o primeiro clube a nascer desse modo, sendo fundado como The Atletic Club pelos mestres tecelões ingleses contratados pela Companhia Progresso Industrial do Brasil.

Cada vez mais democrático o futebol atraia a atenção de garotos de todas as idades, faixa etárias e condições sociais. Os mais pobres o jogavam em terrenos abandonados e utilizam bolas de meias. A popularidade, então, desse esporte a cada dia crescia mais e assim chamava a atenção dos meios de comunicação. As décadas de 30 a 50 foram as principais impulsionadoras da profissionalização e da saída definitiva do caráter elitista para o popular. Com o advento da Copa do Mundo e sua realização em terras brasileiras, foram necessárias mudanças urbanas e construções de alojamentos e de um novo estádio, o Maracanã. Enfim o esporte que nasceu de elite se transforma em algo popular e de massa; massa essa que a partir de então passa a demandar mais e mais produtos ligados a ele e também a mover rios de dinheiro em transações de atletas e patrocínios.

Evolução Organizacional dos Clubes

Essa transformação no futebol fez com que uma verdadeira reação em cadeia acontecesse nessa organização institucional. Novas atividades profissionais; novas formas de financiamentos e novos profissionais foram introduzidos de forma a atender a necessidade criada com toda essa mudança. Jogadores e técnicos passaram a deixar o controle de suas atividades com representantes ou empresários. Médicos, psicólogos, fisioterapeutas, advogados e etc.. Agora fazem parte do staff de um clube. Empresas a todo instante oferecem remuneração em troca da exposição de sua marca. A “brincadeira e lazer” se tornou algo sério, não há mais espaço para amadorismo sob pena de extinção dessas agremiações.

Algumas leis surgiram para gerir as relações entre clubes e jogadores, a primeira foi a Lei do passe (Lei n.º 6.354/76), por ela o clube poderia transacionar o jogador mesmo após o termino do contrato de trabalho. O jogador era considerado um bem da instituição e ele poderia alienar o direito sobre o jogador para sanar suas dividas. Mesmo com essa Lei os clubes ainda padeciam financeiramente e não conseguiam ter sua situação econômica estabilizada.

A segunda Lei surgida foi a Lei Zico (Lei n.º 8.672/93), por ela chega ao futebol brasileiro a possibilidade da criação dos clubes empresas. Eles poderiam ser gerenciados por instituições com fins lucrativos. Houve rejeições por parte de vários dirigentes pois se entendia que essa medida eliminaria vários incentivos fiscais que os clubes possuem até hoje.

Em 1998 é lançada a Lei Pelé (Lei n.º 9.615/98), com ela foi extinto o passe impedindo que os clubes negociem os direitos sobre os atletas. Isso fez com que as vantagens financeiras de uma transação envolvendo jogadores diminuíssem drasticamente. Ao contrario da Lei Zico (que apenas permitia), a Lei Pé obrigava a todos os clubes a se tornarem clubes empresas. A mudança seria benéfica aos clubes mas prejudicial aos interesses de quem os administrava.

Em 2003 mais duas regulamentações modificaram o ambiente esportivo. O Estatuto do Torcedor (Lei n.º 10.671/2003) transforma o torcedor em cliente e versa sobre seus direitos como consumidor. A “Lei de Moralização do Futebol (Lei nº. 10.672/2003) mexe com a parte contábil dos clubes, onde se tornou obrigatória à aprovação das contas em assembleia extraordinária de associados, e também exigiu a publicação das demonstrações contábeis devidamente aprovadas por auditores independentes. O dirigente se tornava responsável em caso de má administração.

Os clubes, até mesmo os pequenos, mudaram sua forma de ver e interagir com o ambiente esportivo. Embora o futebol seja o carro-chefe, outros esportes também fazem parte da estrutura de uma agremiação esportiva. Grandes organizações veem no esporte uma grande oportunidade de consolidar sua marca, e fazem de tal forma que o público passe a reconhecer aquele time pela marca e não pelo próprio nome do clube. O vôlei é o exemplo principal disso, empresas se associam a clubes pequenos e colocam seus nomes neles, é o embrião do chamado clube empresa. Outras organizações criam, por iniciativa própria, seus próprios clubes para disputarem uma modalidade esportiva especifica ou apenas uma competição anual. No futebol temos o exemplo do Audax, clube que existe simultaneamente no Rio de Janeiro e em São Paulo. No Rio ele era controlado pelo antigo supermercado Sendas e seu nome era Sendas Esporte Clube. Com a incorporação do supermercado pelo Grupo Pão de Açúcar seu nome mudou para Audax Rio e ganhou um coirmão, o Audax SP. Depois da aquisição do grupo pela multinacional francesa Casino, foi decido que os dois clubes, tanto do 7 Rio como de São Paulo, seriam vendidos. Essa decisão é proveniente de um estudo feito pela empresa em que aponta o custo de aproximadamente R$ 30 milhões para manter as equipes.

Decisões empresariais e de gestão; mudanças de foco; analise de investimento e retorno. A Administração profissional definitivamente chegou ao esporte antes amador.

Desafios de uma Gestão Profissional 

Um dos grandes exemplos da busca por uma profissionalização no futebol, e no esporte em geral, é o Clube de Regatas do Flamengo. Em recente entrevista dada ao SINAERJ (SINDICATO DOS ADMINISTRADORES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO) o ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello afirma que os administradores precisam estar mais presentes nas empresas, governos e até mesmo nos clubes esportivos. Segundo ele a experiência que possui por ter trabalhado no BNDS (BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO) é fundamental para reestruturar um clube que, quando da sua posse, acumulava divididas inimagináveis tanto com fornecedores quando funcionários e atletas. O Flamengo não sobreviveria sem a intervenção profissional e o choque de gestão que a sua equipe praticou.

Assista a entrevista completa:

Esse exemplo do Flamengo é elogiado e imitado por outras agremiações, como o Palmeiras em São Paulo. Nesse caso foi preciso chegar a um estágio quase terminal para que alguma coisa acontecesse. Ainda segundo Bandeira de Mello “as pessoas não trocam de time de futebol” e por isso mantem ou aumentam o número de consumidores. Saber lidar com esses consumidores em potencial é vital para a economia do clube. Tendo em conta essa situação, inúmeras ideias para chamar esse consumidor a de fato consumir foram lançadas, como os projetos de sócio torcedor. Programas de descontos em estabelecimentos comerciais foram lançados para quem é sócio. Vantagens na compra de ingresso também são alguns dos benefícios desse programa.

A introdução de uma gestão profissional em alguns clubes é dificultada por estatutos arcaicos onde se engessa o clube e impossibilita a modernização no trato do futebol e dos esportes em geral. Para o ex-presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, os clubes ainda são geridos mais pela paixão do que com a razão. Ainda há o ranço do amadorismo, não basta apenas renegociar as dividas é preciso ter estatutos e diretorias profissionais com presidentes e vices remunerados e organograma empresarial. A gestão de hoje ainda é ultrapassada para um mercado que movimenta milhões.

Outro aspecto que dificulta a gestão profissional nos esportes é a falta de transparência em alguns clubes, federações e confederações. Nomes de grande destaque nos esportes do Brasil indicam a necessidade de uma mudança na Lei do Desporto para que seja evidente essa transparência. Para Ana Moser, ex-jogadora de vôlei e presidente da Atletas pelo Brasil, seja amador ou profissional o esporte recebe muitos recursos, boa parte públicos, por meio de isenções e repasses diretos, mas tem uma gestão amadora. Quem profissionaliza a gestão acaba perdendo os benefícios fiscais.

A gestão dos negócios do futebol não impede que os clubes permaneçam como entidades esportivas sem fins lucrativos. Mas é necessário que as formas de responsabilização e de cobrança sejam constituídas de forma clara e eficaz. Assim esses clubes se fortalecem institucionalmente e proporcionam retornos efetivos a sociedade, tendo em vista os recursos públicos e privados de que fazem uso.

Novas Tendências, Novos Rumos 

Como citado antes, grandes empresas observam no esporte a oportunidade de alavancar seus produtos ou fortificar sua marca. Pequenas empresas também se aventuram no patrocínio de pequenos e médios portes. Até prefeituras vislumbram na exposição da camisa de um time a chance de se fazer mais conhecida e trazer recursos para outras áreas em seus municípios. Pequenos clubes de abrangência locais fazem uso disso, a Prefeitura injeta dinheiro para a manutenção das equipes e elas por sua vez estampam em suas camisas o nome da cidade, um exemplo disso é o clube do Rio de Janeiro, Macaé.

A partir da década de 1990, agentes econômicos visualizaram o potencial existente no futebol e intensificaram a profissionalização na gestão dos clubes, com isso foi introduzido a lucratividade como também uma forma de sucesso. Casos como a ISL (primeira grande agencia de marketing esportivo do mundo) e o Flamengo; Hicks Muse e o Corinthians; Nations Bank e o Vasco da Gama; Bahia e Opportunily entre outros se espalharam pelo Brasil. Alguns com grande sucesso outros com um fracasso que ecoa até hoje através de dividas gigantes dos clubes.

O caso da ISL com o Flamengo é um exemplo de parceria fracassada que acabou por ser tornar uma das responsáveis pela grandiosa dívida que o clube possuía e que a gestão de Eduardo Bandeira de Mello, junto com sua equipe, trabalhou para reparar. Com a falência da empresa, suas dividas foram repassadas ao Flamengo e ao outro clube que mantinha parceria, o Grêmio de Porto Alegre/RS. A empresa injetava dinheiro para contratação de atletas renomados. Grandes nomes foram contratados porem o custo dessas transações foi dolorido para os clubes após o término traumático da parceria.

Nos anos de 1992 a 1994 a multinacional Parmalat, de origem italiana, trouxe as primeiras ideias em que um patrocinador teria mais ingerências nas decisões do clube que a própria direção esportiva deste. Os resultados foram grandes títulos no futebol e a alegria da torcida palmeirense. Mas, como no caso do Audax, o foco da empresa mudou e com isso houve a decisão de não mais patrocinar o time paulista. O que se viu foi a derrocada do clube, chegando a ser rebaixado por duas vezes no campeonato brasileiro. Algo semelhante aconteceu com o Fluminense e sua ex-patrocinadora Unimed. Depois de anos intervindo diretamente nas decisões esportivas do clube, como contratações de atletas, técnicos e na venda de novas promessas, a empresa por passar uma instabilidade econômica decidiu se retirar do futebol. Com isso, o clube carioca se viu em um impasse: continuar pagando sozinho as dividas com os atletas ou ver seu time se desmontar e voltar aos tempos antigos onde – antes da Unimed – chegou a terceira divisão do campeonato brasileiro.

Por tudo isso, especialistas afirmam que um clube não pode ficar refém de seu patrocinador. É essencial que se conduza por si só. É aí que uma eficaz Administração por parte dos gestores se faz necessária. Nos grandes clubes europeus há divisões de papeis. O clube contrata jogadores, paga seus salários e fecha acordos comerciais. O marketing, além de viabilizar as oportunidades de negócios, constrói uma imagem, para que a marca, ao longo dos anos, independente de receitas geradas ou de resultados dos times, consiga gerar recursos para viabilizar e manter no time bons jogadores.

O mundo do futebol já abriu os olhos e enxergou na Administração profissional uma obrigação. Casos como do Flamengo de Bandeira de Mello e outros são a prova que o Brasil também passou a confiar na Administração a forma de gerir seus clubes. A cada ano que passa aquela antiga visão apaixonada e amadora da lugar a outra forma de pensar. Os clubes buscam Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar suas ações.

  • Planejamento a curto, médio e longo prazo buscando soluções administrativas para deficiências econômicas. 
  • Organizando as suas estruturas de forma hierárquica, delegando funções e competências. 
  • Dirigindo suas ações em busca de uma missão e com uma visão já estabelecida. 
  • Controlando de forma continua suas ações, decisões e com uma analise de lucros e perdas. 

No futebol mundial, clubes como Real Madrid e Arsenal conseguiram transformar-se em negócios extremamente lucrativos.
A situação no Brasil é diferente, conforme a tabela de 2011 abaixo:
É necessária uma constante reflexão sobre a lógica do “negocio futebol” para que medidas de desempenho possam ser definidas e monitoradas. É importante notar os expressivos déficits sequencias dos clubes brasileiros. Através desta tabela é possível observar a fragilidade financeira, tanto com respeito à solvência quanto a sustentabilidade financeira a longo prazo.

A “marca” desses clubes europeus é comercializada nos quatro cantos do mundo. Crianças chinesas, árabes ou até mesmo no Brasil desfilam pelas ruas com camisas desses times. São 10 clubes altamente conhecidos e que, portanto recebem milhões em royalties. Nossos clubes ainda engatinham nessa questão. O Corinthians, clube com a segunda maior torcida do Brasil, enxerga na contratação de agencias especializada a opção para tratar sua marca e hoje possui 90 lojas franqueadas além de uma loja virtual para atender cerca de 20 milhões de potenciais consumidores. O Internacional, clube de Porto Alegre/RS, se destaca no gerenciamento de marketing. O clube chegou ao posto de uma das 500 maiores empresas da região sul. As receitas oriundas de publicidade, que incluem os recursos provenientes das mensalidades do programa sócio torcedor, representam 40% do total da receita bruta, o que é suficiente para cobrir a folha de pagamento dos atletas.

Assim podemos ver a evolução do esporte que passou de alivio para os dias cansativos a uma verdadeira indústria de sonhos que movimenta milhões. Essa mudança foi sendo realizada aos poucos esbarrando no amadorismo. A Copa do Mundo de 1950 em solo brasileiro foi, talvez, o maior motivo de tanta aproximação da população pelo futebol.

Com a profissionalização do esporte vieram também as grandes responsabilidades de gestão. Muito dinheiro passou a estar envolvido. Era preciso saber conquistar investidores e mantê-los. Os torcedores passaram de meros expectadores para clientes consumidores cada vez mais vorazes em buscar de algo que o aproximasse mais ainda com o clube por qual é apaixonado. Com isso a demanda por produtos cresceu e assim se fez necessário um maior trabalho de marketing capaz de atrair com promoções e benefícios exclusivos.

A Administração profissional se tornou algo necessário para a sobrevivência dos clubes e entidades esportivas, com ela o risco de “mortes” deles é combatido e por vezes superado.

Observamos que a introdução de uma gestão efetivamente profissional no esporte não é fácil e até, por vezes, rechaçada por dirigentes que preferem o amadorismo. Estes dirigentes se apegam a “tradição” e a estatutos já ultrapassados pelo passar do tempo.

Clubes centenários já olham para a profissionalização de suas gestões com atenção e como a única forma de manter em atividades o esporte que acabou por se tornar a paixão nacional. Grandes somas de dinheiro estão envolvidas em negociações dia após dia e isso faz com que a atenção aos negócios seja redobrada. Para isso é necessário alguém com capacidade empreendedora e que saiba lidar com as pressões existentes em um mercado tão agitado. Além disso, a Administração chega como uma mola propulsora para a organização adequada destas instituições que mexem com os sentimentos de milhões de pessoas.

Considerações Finais

“Você gerencia coisas e lidera pessoas” (O Monge e o Executivo p. 15). Uma gestão eficaz além de sanear as dividas dos clubes ainda tem a capacidade de melhorar o ambiente para funcionários e atletas. Por vezes após conturbadas situações financeiras alguns clubes padecem com resultados fracos e com a insatisfação de seus funcionários. Dívidas salariais afetam basicamente a todos, e isso faz com que funcionários entrem na justiça do trabalho para ter garantias de seus direitos assim como, também, alguns jogadores se voltam contra seus clubes na esperança de ter seus direitos econômicos desvinculados deles, como o caso recente do Botafogo, clube do Rio de Janeiro. Uma gestão profissional não tem a pretensão de ser a salvadora dessa situação, mas com certeza pode auxiliar bastante na relação clube-funcionários-atletas trazendo responsabilidades antes onde só havia vontade e também enfrentando desafios onde antes só havia empecilhos.

Um clube com a sua economia sadia traz mais conforto e tranquilidade para se trabalhar e isso pode ser transformado em resultados em competições, com jogadores motivados e com funcionários cientes da sua real posição dentro deles.

Poderíamos perguntar a um torcedor o que seria “sucesso” no futebol, com certeza ele diria: títulos. A mesma pergunta feita aos antigos dirigentes teria a mesma resposta. Hoje com todas essas mudanças apontadas neste artigo se a pergunta fosse feita a dirigentes de clubes com ações na bolsa de valores a resposta seria bem diferente: lucros e títulos

Referências Bibliográficas

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